O Alto Custo das Interrupções: A Ilusão da Produtividade Acelerada
- Instituto Neurofeedback
- há 5 horas
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Vivemos em uma era de conectividade constante. E-mails, mensagens, notificações, redes sociais, ligações inesperadas — tudo compete pela nossa atenção. Mas será que nosso cérebro realmente dá conta desse ritmo? Um estudo conduzido por Gloria Mark e colegas (2008) traz insights poderosos sobre o impacto das interrupções no desempenho cognitivo e na saúde mental no ambiente de trabalho. Os resultados, embora contraintuitivos à primeira vista, revelam um padrão preocupante.
⏱️ Trabalhamos mais rápido… mas pagamos caro por isso
No experimento, participantes foram convidados a simular uma rotina comum de escritório: responder e-mails. Durante a tarefa, alguns foram interrompidos com perguntas relacionadas à mesma temática (interrupções “do mesmo contexto”) e outros com perguntas totalmente diferentes (interrupções “de contexto diferente”). O que os pesquisadores descobriram foi surpreendente: os participantes interrompidos terminaram as tarefas mais rapidamente do que aqueles que não sofreram interrupções. Aparentemente, nosso cérebro entra em modo “compensação” quando sabe que há perda de tempo envolvida — ajustando o ritmo para manter a entrega.
No entanto, esse ganho de tempo vem com um custo emocional e fisiológico alto: níveis significativamente maiores de estresse, frustração, pressão de tempo e esforço mental foram relatados nas condições com interrupção.
❝Trabalhar sob interrupções nos força a adotar um ritmo mais acelerado, mas isso não é sustentável. O preço é uma sobrecarga mental que, mantida ao longo do tempo, pode contribuir para quadros de ansiedade, esgotamento e perda de eficiência cognitiva.❞
🧠 Interrupções mudam nossa estratégia e nosso estado mental
Além da velocidade de resposta, outro fator se alterou: o estilo de trabalho. Com menos tempo e mais pressão, os participantes interrompidos passaram a escrever e-mails mais curtos — sacrificando detalhes e, potencialmente, a qualidade da comunicação. Isso revela uma mudança na estratégia cognitiva: em vez de foco aprofundado, o cérebro adota uma postura mais superficial, reativa e automática.
Ou seja, embora pareça que estamos “produzindo mais”, na prática estamos produzindo diferente — e, muitas vezes, pior.
🔎 O cérebro se adapta… mas nem todo mundo lida igual
Outro ponto valioso do estudo é a constatação de que certos traços de personalidade influenciam como lidamos com interrupções. Pessoas com maior abertura a novas experiências e aquelas com alta necessidade de estrutura pessoal foram mais eficientes ao retornar para suas tarefas após serem interrompidas.
Esses achados mostram o potencial de personalização de estratégias de gestão de atenção — algo que pode ser profundamente explorado com neurofeedback.
🌿 E o que isso tem a ver com neurofeedback?
No Instituto Neurofeedback, observamos diariamente como a mente moderna sofre os efeitos da fragmentação constante. A atenção sustentada, a regulação emocional diante de pressões e a clareza mental estão cada vez mais comprometidas. E isso não é apenas um problema de agenda ou foco — é um padrão cerebral que pode (e deve) ser reeducado.
Com o neurofeedback, treinamos o cérebro para:
✨ Sustentar atenção em uma tarefa por mais tempo, mesmo diante de distrações;
✨ Reduzir a reatividade emocional a estímulos externos;
✨ Melhorar a autorregulação diante do estresse;
✨ Aumentar a resiliência cognitiva em ambientes exigentes.
🤓 Interrupções não precisam dominar sua rotina
Se você sente que está sempre correndo, mas nunca chega — talvez seja hora de treinar seu cérebro para retomar o controle. O neurofeedback não elimina as interrupções do mundo, mas fortalece sua capacidade de lidar com elas de forma mais saudável e eficiente.
📍 Agende uma avaliação e descubra como está o funcionamento da sua atenção. Podemos juntos construir uma mente mais focada, resiliente e em paz com o ritmo acelerado da vida atual.
Referência:
Mark, G., Gudith, D., & Klocke, U. (2008). The Cost of Interrupted Work: More Speed and Stress. Proceedings of CHI 2008. DOI: 10.1145/1357054.1357072
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